1 dia

Hoje, acordei, levantei-me, olhei, através da janela, para o campo verde em frente da minha casa. Estava diferente. Estava tudo mais queimado, se calhar é da neve. Nada estava igual. Até eu me sentia diferente. Chamaram-me para descer, precisava de forças, precisava de ingerir alguns alimentos, isto era suposto acontecer. Desci as escadas a correr, estava farta de ali estar, quanto mais cedo saísse dali melhor. Informei que não iria tomar o pequeno-almoço. Segui para a casa de banho, obviamente que precisava de me arranjar, as minhas amigas já me esperavam à entrada da escola. Já estava atrasada. Por mais que me esfregasse com o sabonete com um rude cheiro, sentia-me cada vez mais suja. Desisti, saí da banheira, limpei-me, vesti-me. Sentia-me na mesma nua. Sentia cada vez mais aqueles calafrios que até nos fazem torcer todas(os). Fico despachada da casa de banho e sigo em rumo para a escola. Elas estão lá, à minha espera.
A escola está igualmente vazia, desta vez estou sozinha (como era de esperar). O mundo hoje está todo estranho, pelo menos o meu. Sinto algo estranho dentro de mim, não consigo dizer o que é ao certo nem consigo descrevê-lo. É algo incerto. Fumo o meu ultimo cigarrinho da manhã, sem qualquer companhia, estou sozinha, mas já consigo aguentar a solidão sem qualquer dificuldade. Oiço vozes de fundo, não consigo perceber muito bem do que falam, mas sei perfeitamente que se referem a mim. Não ligo. Esquesitices é com aquela gente. Não me interessa. Sigo em frente, o meu próprio destino é a sala.
Bato à porta, entro na sala, sento-me e abro os meus caderno. Continuo a ouvir musica e permaneço no meu estranho mundo. Falam, falam e falam. Continuo no meu mundo, não me interessam os assuntos debatidos dentro daquela sala.
Alguém caminha na minha direcção, consigo ouvir passos. Mesmo com a musica alta consigo ouvir o que me interessa. Abro os olhos e não vejo ninguém. Chego à conclusão de que era apenas imaginação minha.
Já se passou basicamente um dia e sinto a falta de algo na mesma. Estou a chegar a casa. Abro a porta, deixo o meu braço desfalecer para que a mala caía no chão sem qualquer esforço. Dirigo-me ao meu quarto, não está ninguém em casa e sinto-me sozinha.
SINTO-ME SOZINHA! É isso que me faz sentir vazia. Fui para a escola, não vi ninguém e esse foi o problema, não ter visto ninguém.
Cansei-me de estar sozinha. Vou deitar-me no chão, está demasiadamente frio para continuar a sonhar. A porta da entrada bateu, entra alguém em casa, não me interessa, esta solidão permanecerá.

Este texto tem alguma coisa a haver comigo ?! Penso que não.

P.S.: I LOVE YOU